26 de maio de 2008

ÁVIDA LEITORA

ÁVIDA LEITORA

Ávida Leitora
do livro da vida,
Quando nada faz
é magia;
se faz
desaparecem
regras e pregas.

Leio seu corpo
sobre leito frio
sombras pinta
estrela branca.
É como o papel
e como eu escrevo em ti.

Meto poesia
apago solidão
reescrevo conjecturas
maçicos diamantes
desfolho e foleio
suas pétalas páginas
seus orgasrítimos.
Escrevo se
e, finalmente,
inscrevo-me em você.

Bíblia rasgada
seda papel
de presente.
Sua pele é papiro novo
repleta de profecias,
Colhido no Rio Nilo.

Mãos porcelana
afeto suave
força frágil
coroadas
unhas meia-noite.

sua voz no vento
Conta histórias
SheraSade,
enquanto conta
tenta me ler
a sorte.

Leio em você
enigma profundo
teu livro não quero
Acabar de ler,
Viver.

Borras tuas páginas
com meus dedos
cheios de salíva.
Minha seiva e malícia
suas bordas dobram.
Quero decorar seus diálogos
internos e, um dia,
beijar tua capa amassada
ou rasgada e costurar
o miolo caído.

Ávida leitora,
tua vida é um livro.

Um comentário:

renatamar disse...

"Borras tuas páginas
com meus dedos
cheios de salíva.
Minha seiva e malícia
suas bordas dobram.
Quero decorar seus diálogos
internos e, um dia,
beijar tua capa amassada
ou rasgada e costurar
o miolo caído."

- você merece um capítulo inteiro!

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