10 de maio de 2008

FÁBULA CIGANA

Na idade média
Nasceu um filho de nobres
Sem terra ou posses
Expulso do castelo
Com apenas um alaúde.

Bardo errante
Cantando fábulas
Lendas e musas.
Casar Jamais!
Apenas versos
Estrada sem fim
Vaga melancolia.

Mas em outra estrada
Havia uma viajante
Era uma cigana da Ásia
Com seu baralho de Marselha.
Até de reis vira o futuro;
O seu, porém, é sempre viajar.

Ela não era sozinha
Tinha filha e companhia
Sua caravana de ciganos.
Nunca casara,
Em juramento à magia.

Cigana e bardo
Encontraram-se ao acaso
Numa praça em Budapeste
Batalhavam pão
Com arte e feitiçaria.

À noite, numa festa pagã
Dançaram entre fogueiras
E beberam estranho vinho.
Tomados de prazer
Correram para a escuridão
E se amaram loucamente.

Quando nasceu o verão
Em sua primeira manhã
Iluminou os dois amantes
E eles decidiram juntos viajar.

Ela sugeria o leste,
Voltar à sua amada Ásia,
À Pérsia e à Pasárgada.

Ele sonhava com o sul,
Jerusalém, a cidade santa,
Por qual tantos homens morriam.

Não viram nenhuma delas,
Voltando por toda Europa
e a moura Espanha também.
Na mais distante terra,
Cercada de vasto mar,
Finalmente descansaram.

Construíram casa e vida
no novo reino de Portugal.
Ele com saudosos fados,
Ela e suas cartas ciganas;
Viveram cheios de amor
Sem nunca à estrada tornar.

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