ÁVIDA LEITORA
Ávida Leitora
do livro da vida,
Quando nada faz
é magia;
se faz
desaparecem
regras e pregas.
Leio seu corpo
sobre leito frio
sombras pinta
estrela branca.
É como o papel
e como eu escrevo em ti.
Meto poesia
apago solidão
reescrevo conjecturas
maçicos diamantes
desfolho e foleio
suas pétalas páginas
seus orgasrítimos.
Escrevo se
e, finalmente,
inscrevo-me em você.
Bíblia rasgada
seda papel
de presente.
Sua pele é papiro novo
repleta de profecias,
Colhido no Rio Nilo.
Mãos porcelana
afeto suave
força frágil
coroadas
unhas meia-noite.
sua voz no vento
Conta histórias
SheraSade,
enquanto conta
tenta me ler
a sorte.
Leio em você
enigma profundo
teu livro não quero
Acabar de ler,
Viver.
Borras tuas páginas
com meus dedos
cheios de salíva.
Minha seiva e malícia
suas bordas dobram.
Quero decorar seus diálogos
internos e, um dia,
beijar tua capa amassada
ou rasgada e costurar
o miolo caído.
Ávida leitora,
tua vida é um livro.
26 de maio de 2008
22 de maio de 2008
SEU ROSTO
Todos os rostos
nas ruas
são seus.
Cada mulher,
Bonita ou feia,
tem seus olhos sorrisos.
Até mesmo eu
No espelho tenho seu rosto.
Beijando bocas belas
Só sentirria o gosto da sua.
Os sinos soam seu nome,
A tv conta nossa história,
A noite tem seu cheiro.
Olho apressado
As pessoas na rua
E mesmo as mais lindas
Não vejo.
Lembro você,
Esqueço do mundo
Sorrindo
em seus lábios.
nas ruas
são seus.
Cada mulher,
Bonita ou feia,
tem seus olhos sorrisos.
Até mesmo eu
No espelho tenho seu rosto.
Beijando bocas belas
Só sentirria o gosto da sua.
Os sinos soam seu nome,
A tv conta nossa história,
A noite tem seu cheiro.
Olho apressado
As pessoas na rua
E mesmo as mais lindas
Não vejo.
Lembro você,
Esqueço do mundo
Sorrindo
em seus lábios.
SOM ENTREVISTO
Onomatopédico simétrico irreconhecível secreto ruído ecoa invisível zumbe inaudível envolvente partituras zombarias notas risadas sonoras sonos despertos sons fugidios incaptáveis intocados próximos entrevistos incognocíveis próximos redundantes desprezíveis inúteis armadilhas flutuantes esquecidos ritmos
19 de maio de 2008
SETE ROSAS
Lancei sete flechas
Para tocar seu coração,
Sete rosas vermelhas
Como a minha paixão.
As flores comprei
Na rua, pra te
Guardar em casa.
Tu foi feita para noite;
Na madrugada, acendo
Uma vela vermelha
Para amarrar seu coração.
Logo numa encruzilhada
Onde perdi meses, anos,
grana e até sanidade.
Sete rosas vermelhas
Para não perder seus beijos.
Numa praça escura
Sacrifiquei o meu pudor,
Chorei sangue, suor e
Todo pensamento;
Pensando só em te ganhar.
Para tocar seu coração,
Sete rosas vermelhas
Como a minha paixão.
As flores comprei
Na rua, pra te
Guardar em casa.
Tu foi feita para noite;
Na madrugada, acendo
Uma vela vermelha
Para amarrar seu coração.
Logo numa encruzilhada
Onde perdi meses, anos,
grana e até sanidade.
Sete rosas vermelhas
Para não perder seus beijos.
Numa praça escura
Sacrifiquei o meu pudor,
Chorei sangue, suor e
Todo pensamento;
Pensando só em te ganhar.
10 de maio de 2008
FÁBULA CIGANA
Na idade média
Nasceu um filho de nobres
Sem terra ou posses
Expulso do castelo
Com apenas um alaúde.
Bardo errante
Cantando fábulas
Lendas e musas.
Casar Jamais!
Apenas versos
Estrada sem fim
Vaga melancolia.
Mas em outra estrada
Havia uma viajante
Era uma cigana da Ásia
Com seu baralho de Marselha.
Até de reis vira o futuro;
O seu, porém, é sempre viajar.
Ela não era sozinha
Tinha filha e companhia
Sua caravana de ciganos.
Nunca casara,
Em juramento à magia.
Cigana e bardo
Encontraram-se ao acaso
Numa praça em Budapeste
Batalhavam pão
Com arte e feitiçaria.
À noite, numa festa pagã
Dançaram entre fogueiras
E beberam estranho vinho.
Tomados de prazer
Correram para a escuridão
E se amaram loucamente.
Quando nasceu o verão
Em sua primeira manhã
Iluminou os dois amantes
E eles decidiram juntos viajar.
Ela sugeria o leste,
Voltar à sua amada Ásia,
À Pérsia e à Pasárgada.
Ele sonhava com o sul,
Jerusalém, a cidade santa,
Por qual tantos homens morriam.
Não viram nenhuma delas,
Voltando por toda Europa
e a moura Espanha também.
Na mais distante terra,
Cercada de vasto mar,
Finalmente descansaram.
Construíram casa e vida
no novo reino de Portugal.
Ele com saudosos fados,
Ela e suas cartas ciganas;
Viveram cheios de amor
Sem nunca à estrada tornar.
Nasceu um filho de nobres
Sem terra ou posses
Expulso do castelo
Com apenas um alaúde.
Bardo errante
Cantando fábulas
Lendas e musas.
Casar Jamais!
Apenas versos
Estrada sem fim
Vaga melancolia.
Mas em outra estrada
Havia uma viajante
Era uma cigana da Ásia
Com seu baralho de Marselha.
Até de reis vira o futuro;
O seu, porém, é sempre viajar.
Ela não era sozinha
Tinha filha e companhia
Sua caravana de ciganos.
Nunca casara,
Em juramento à magia.
Cigana e bardo
Encontraram-se ao acaso
Numa praça em Budapeste
Batalhavam pão
Com arte e feitiçaria.
À noite, numa festa pagã
Dançaram entre fogueiras
E beberam estranho vinho.
Tomados de prazer
Correram para a escuridão
E se amaram loucamente.
Quando nasceu o verão
Em sua primeira manhã
Iluminou os dois amantes
E eles decidiram juntos viajar.
Ela sugeria o leste,
Voltar à sua amada Ásia,
À Pérsia e à Pasárgada.
Ele sonhava com o sul,
Jerusalém, a cidade santa,
Por qual tantos homens morriam.
Não viram nenhuma delas,
Voltando por toda Europa
e a moura Espanha também.
Na mais distante terra,
Cercada de vasto mar,
Finalmente descansaram.
Construíram casa e vida
no novo reino de Portugal.
Ele com saudosos fados,
Ela e suas cartas ciganas;
Viveram cheios de amor
Sem nunca à estrada tornar.
2 de maio de 2008
FALTAS
Falta quem me indique
Me abra portas
Me doe sesmaria
Ou posição
Na burocracia federal.
Falta feijão
E uma vez por semana
É a água.
De falta em falta
Fui percebendo
Em mim também
Muitas faltas.
Faltou coragem
E salário.
Faltou bom-senso
E calmaria.
Faltou um nada
Pra quebrar um poste
Ou a cara.
Falta muito, eu sei,
Ao mundo todo,
E essa falta toda vai somando-se
Numa montanha de nada
Anulando
Tudo possuído.
Por fim,
Mais nada há.
Até as faltas,
Expurgadas
Sepultadas.
Novos eus
Sem necessidades
As portas abertas
Totalmente
Viajando
Acima das cinzas
da burocracia do federal.
Longe de qualquer cronómetro
Ou faltas materiais
E imateriais.
Me abra portas
Me doe sesmaria
Ou posição
Na burocracia federal.
Falta feijão
E uma vez por semana
É a água.
De falta em falta
Fui percebendo
Em mim também
Muitas faltas.
Faltou coragem
E salário.
Faltou bom-senso
E calmaria.
Faltou um nada
Pra quebrar um poste
Ou a cara.
Falta muito, eu sei,
Ao mundo todo,
E essa falta toda vai somando-se
Numa montanha de nada
Anulando
Tudo possuído.
Por fim,
Mais nada há.
Até as faltas,
Expurgadas
Sepultadas.
Novos eus
Sem necessidades
As portas abertas
Totalmente
Viajando
Acima das cinzas
da burocracia do federal.
Longe de qualquer cronómetro
Ou faltas materiais
E imateriais.
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