23 de dezembro de 2004

Cigarros e tabaco em geral

Olhos tentam
Desviar.

Imagens horríveis
Nos tocam,
Bicho-humanos que somos.

Empatia
Estantanea:
Certas palavras não
Alcançam.

FUMAR
CAUSA CANCER
DE PULMÃO

Advertidos
Acendem cigarros

Afinal,
A tragada (e a vida)
Tem muito mais
Sentido assim.

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Pensando na morte
Pensava e dormia.
Pensei no vampiro
Pescoço dar um tiro...

Imortalidade
Nem sempre é fuga,
Eu é que não posso.

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Não era xadrez
O que jogava
Com a morte.

Era olho-no-olho
Contemplar mudo

(tic-tic-tic)

morte bomba-relôgio!

Swat não sabe
Desmontar nem ciência
Padre riquesa poder
Também não.

Onde a vida
Vai parar?

Onde é imutável.

Morte falou-me
Sem palavras assim:

Hoje tudo é possível
(o tempo é suficiente)
...até que eu venha te buscar.

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Ter as palavras da morte
Prazer inútil

Quisera eu morrer agora
Tido vossos ouvidos meus
Um minuto!


CIGARROS

Cigarros.
Ingredientes:
Mistura de fumos,
Açucares, papel de cigarros,
Extratos vegetais, agentes de sabor.

Este produto contém mais de 4700 substâncias
Tóxicas, e nicotina que causa
Dependência física
Ou psíquica.

Derreter

Saltos e botas,
Bolsos secretos.
A pista pulando:
Satisfação
E você a derreter.

Mentes expostas
Olhares abertos
Mantras exóticos
Telepatia
E você a derreter.

Palavras breves
Beijos rápidos
O sabor na boca
Desaparece
E você a derreter.

O sol já no céu
Relógios desfeitos
Museu de imagens
Ilusões
E você a derreter.

Seus olhos sonham
Porem não se esqueçam.
Crianças acordam
Feirantes
E você a derreter.
Descortinado palco vazio.
Seres fingem ter vida.
Vejo astros distraídos
Tecerem rosa armadilha.

Lobo de três pernas.
Tinta que volta pra pena.
Rosto sem boca,
Reescritura do poema.

Nuvens beijando
Novembro na Suíça.
Sutiãn em fogo morno.
Incêndio, a porta aberta.

Natureza do meu Amor

Dela,
A fatal revelação
Corporal expressão:
Gestos
Falando mais alto que palavras.

Resisti à tentação, sim.
Mas foi tudo em vão.
Um pecadinho leve,
Um bocadinho de prazer
Depois de tantas noites
Procurando só,
Seria tudo para mim.

Pensei demais.
Perdi o meu ritmo.
Esqueci minha malicia
Nos copos de cerveja
Dispensados.
Esqueci como andar
De Bicicleta.
Esqueci o nome da poesia
Onde Drummond
Perdera seu ritmo.

Procurando a real
Natureza do meu amor
Encontrei:
Um vazio amargo,
Um gosto de café.
Uma ampulheta
Com toda areia do mundo
Escorrendo por ela.

Um vazo e cem flores
Lindas, multicores.
Vi meu amor em cada uma
Das pétalas arrancadas:
Mal-me-quer
Mal-me-quer
Mal-me-quer...

Dois Sonetos

1
Escrevo este poema
Para musa invisível
Captada na antena.
Com ela é possível.

Vista de Ipanema
Miragem impossível
Cabelos com rena
Bikini irresistível.

Devo estar doente:
Entrou na minha mente
Sem beijo na boca.

Minha razão é pouca:
Tento deixar ela louca
Para que com isso me tente.


2
Eu não amo aquela
Com quem me deito.
Minha mente gela
Ocupa meu peito.

Amizade aquarela
Em cima do leito
Me dá muita trela.
Pegou me de jeito.

Amor não tem cura.
Amei, fui amado;
Sobrou amargura.

Não haverá fado
Nem ela era pura.
Estou acabado.

22 de dezembro de 2004

Tinha um tropeço

Tinha um tropeço
No meu caminho.
No meu caminho
Tinha um tropeço
Pedra, não tinha.
Mas tropecei inda assim.
Tinha um tropeço
Estrupício
Antes da pedra
Esmeralda.