28 de julho de 2010

Me cuspa na cara

Me cuspa na cara,
Arranque meu sangue.
Suas rubras unhas
Não me machucam
Como seus olhos
- Gelo seco!

O escárnio queima suas pupilas
E o ódio enrola língua.
Não levanto mão.
Brandindo uma faca
Ofereço meu pescoço
-Venha a guilhotina!

A lâmina francesa não está suja.
Cai aquela máscara enfim,
velha fantasia
- Armadura amarga!

Como uma fera cansada,
Você olha a presa em fuga.
Suas garras se retraem
Seu olhar desfaz as chamas,
Escorre em lágrimas
Nas minhas mãos
- Domo a onça amada!

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