17 de junho de 2008

A CHAVE

Cada um com sua chave
E nem pense em trocar.
É só uma mesmo,
Abre poucas portas
E não dá pra saber
Qual abrirá.
É preciso enfiá-la
Na fechadura e girar.

Abriu?

Depois de abertas
Algumas fica mais
Fácil. Aí você olha
Bem para a porta
E sabe se nela
Sua chave girará.

Quando essa porta
Finalmente abrir
Maravilhas achará
E o desejo de trancar
Novamente aquilo
Aberto vai surgir.
Trancar por dentro;
Sem em outras
Fechaduras girar.

Na chave está escrito
Prazer, na porta, Amor.

9 de junho de 2008

ANTI-ROMÂNTICO

Hoje não há romantismo
Nem respostas sentimentais.
Abertas portas
duplas de eus
trocando calor.

Cada qual
Oferta o seu
Saímos ganhando.
Tentei grafar eterno
Mas vivo como quero
Escrevo sincero.

Não peço muito
Somente aquilo
Para mim guardado.
Não posso tudo
Mas faço versos
Abro portas
E dou prazer
Como se não houvesse amanhã.

Que mais eu quero?
Amor eterno e romantismo?
Nada disso!
Somente uva de manhã
Depois de noite de prazer.

RIP VAN WINKLE

Sonhei uma tarde
Sob sombra das árvores
Somente algumas horas,
Mas sonhos tamanhos.
Vira fada e duende
Brincando com estrelas,
Maravilhas e sabores.

Acordei barbudo,
Cheio de rugas,
As costas curvas
As pernas fracas.

Tudo mudado,
Amores mortos
Meninas casadas
Crianças crescidas.

Agora nada resta
Além da floresta onde espero
Meu último sono fatal.