Na praça
Em frente da igreja.
Elas não sentem mais frio,
Nem seus olhos refletem dor.
Dormem em paz,
Aos pés dos anjos do Senhor,
Sem cobertores
E sem vida.
Dez crianças magrinhas
Não precisam mais roubar
Ou trocar o corpo
Por um prato de comida.
- Talvez seja melhor assim!
Pensa alguém,
Quando vê as criancinhas.
Elas não precisam mais chorar,
Nem precisamos nós.
Dez Crianças chacinadas
Na praça,
No sangue e no chão.
Se elas faziam falta,
Seus corpos, com certeza,
Não.
Pois embaçam a vista
E ficam na contramão.